16.12.08
Questionando o Progresso das Sociedades
Respondo aqui ao estimável interlocutor do blogue De Profundis, visita regular desta casa, que referiu um conjunto de benefícios de ordem espiritual e material adquiridos pela Humanidade, no seu percurso civilizacional.
Fez bem em nomear alguns desses progressos evidentes por ela alcançados ao longo da História, pelo menos nos países pertencentes à civilização euro-americana e, fora desta, em mais alguns que adoptaram ou aderiram, ainda que parcialmente, aos seus valores mais típicos, como o Japão, por exemplo.
Há muitos outros países que permanecem fora deste quadro civilizacional. Aí, as populações vivem ainda longe dos benefícios de ordem material e cultural mencionados, algumas nem sequer lhes atribuem grande significado.
O que me parece grave é que, mesmo no seio desta civilização euro-americana, chamemos-lhe assim, por comodidade, nos últimos 25 anos tem-se registado estagnação ou retrocesso nalguns sectores da vida social, com redução ou restrição de direitos e regalias, que davam conforto e segurança às sociedades.
Tem-se percebido uma nítida intenção de fazer recuar esses benefícios, em nome de uma pretensamente exigente competitividade das Empresas, com clara e excessiva apropriação de riqueza por parte de uns poucos, com recurso a todos os meios, legais ou ilegais, em detrimento da imensa maioria dos que nelas trabalham, que perdem dignidade e relevância, ficando reduzidos a meras peças de engrenagens, sem participação qualificada na vida das organizações : empresas e instituições, de carácter privado ou público.
Este vai tornar-se um problema muito sério nos próximos tempos.
Há muitos outros países que permanecem fora deste quadro civilizacional. Aí, as populações vivem ainda longe dos benefícios de ordem material e cultural mencionados, algumas nem sequer lhes atribuem grande significado.
O que me parece grave é que, mesmo no seio desta civilização euro-americana, chamemos-lhe assim, por comodidade, nos últimos 25 anos tem-se registado estagnação ou retrocesso nalguns sectores da vida social, com redução ou restrição de direitos e regalias, que davam conforto e segurança às sociedades.
Tem-se percebido uma nítida intenção de fazer recuar esses benefícios, em nome de uma pretensamente exigente competitividade das Empresas, com clara e excessiva apropriação de riqueza por parte de uns poucos, com recurso a todos os meios, legais ou ilegais, em detrimento da imensa maioria dos que nelas trabalham, que perdem dignidade e relevância, ficando reduzidos a meras peças de engrenagens, sem participação qualificada na vida das organizações : empresas e instituições, de carácter privado ou público.
Este vai tornar-se um problema muito sério nos próximos tempos.
Como irão reagir as novas gerações?
Aceitarão níveis cada vez mais restringidos de bem-estar social?
Como evoluirão os regimes políticos?
Tornar-se-ão mais repressivos ou, com a ajuda da televisão, sobretudo, usarão a demagogia e promoverão a alienação das populações a patamares cada vez mais elevados, para que estas se comportem com passividade e submissão crescentes?
Na realidade, a visão tradicionalmente optimista de um Progresso material e cultural sempre crescente das nossas sociedades começa a ser hoje bastante mais questionada.
Na realidade, a visão tradicionalmente optimista de um Progresso material e cultural sempre crescente das nossas sociedades começa a ser hoje bastante mais questionada.
A derrota do Comunismo, no Mundo, surpreendentemente, originou uma perversão geral de valores nas sociedades ocidentais, aproveitada por indivíduos sem escrúpulos, que apenas perseguem Poder e Riqueza, por qualquer preço, com total desprezo dos direitos dos outros, apenas encarados como seus servidores ou meros lacaios.
Isto é um retrocesso civilizacional e nem precisamos de invocar qualquer ideologia para o denunciar, basta proclamar os velhos princípios cristãos, quer nos achemos integrados ou fora de qualquer instituição religiosa.
Isto é um retrocesso civilizacional e nem precisamos de invocar qualquer ideologia para o denunciar, basta proclamar os velhos princípios cristãos, quer nos achemos integrados ou fora de qualquer instituição religiosa.
A discussão prosseguirá certamente noutra ocasião.
AV_Lisboa, 15 de Dezembro de 2008
Comments:
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Caro amigo
Ainda bem que um dos meus humildes comentários o inspirou para escrever mais este tema para meditação.
Na realidade, as melhores intenções correm sempre o risco de enveredarem pelos piores caminhos. Foi assim com o cristianismo, que gerou a monstruosodade de uma Igreja hipócrita cruel e vingativa, foi assim que a filosofia marxista, embora bem intencionada, degenerou nas mais negras ditaduras de que há memória.
O que se passa hoje é que a democracia moderna foi tomada de assalto por uma classe de burgueses de fresca data que, por falta de referências, tudo trucidam em nome da sua insaciável ganância.
E está a ver-se que cavou a sua própria epultura.
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Ainda bem que um dos meus humildes comentários o inspirou para escrever mais este tema para meditação.
Na realidade, as melhores intenções correm sempre o risco de enveredarem pelos piores caminhos. Foi assim com o cristianismo, que gerou a monstruosodade de uma Igreja hipócrita cruel e vingativa, foi assim que a filosofia marxista, embora bem intencionada, degenerou nas mais negras ditaduras de que há memória.
O que se passa hoje é que a democracia moderna foi tomada de assalto por uma classe de burgueses de fresca data que, por falta de referências, tudo trucidam em nome da sua insaciável ganância.
E está a ver-se que cavou a sua própria epultura.
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